Cérebro e espiritualidade: O que a ciência descobriu?

A neurociência, antes cética, tem se dedicado cada vez mais ao estudo da religião e da espiritualidade.

Antes de tudo, é importante compreender que a crença em experiências espirituais é amplamente difundida em diversas culturas. Uma pesquisa revelou que 94% dos brasileiros relatam vivências desse tipo, como a sensação de conexão com o divino ou experiências extracorpóreas.

Adicionalmente, uma análise genética comparou médiuns e seus parentes, identificando milhares de variantes genéticas exclusivas nos médiuns, particularmente em genes do sistema imunológico e inflamatório que influenciam o cérebro. A análise do exoma revelou 16 mil variantes exclusivas, afetando 7.269 genes. Em um terço dos médiuns, foram encontradas 33 variantes ausentes em seus familiares.

Esses achados se somam a pesquisas sobre a atividade cerebral, as quais identificaram que budistas em meditação e freiras em oração apresentam um aumento na ativação dos lobos frontais, áreas essenciais para foco, atenção e raciocínio complexo. Ambos os grupos apresentaram redução na atividade dos lobos parietais, responsáveis pela orientação espacial e temporal. Como as freiras utilizam palavras na oração, elas demonstraram maior ativação em regiões ligadas à linguagem. 

Por fim, exames de ressonância magnética funcional (fMRI) indicam que as áreas ativadas por práticas religiosas e espirituais são semelhantes às envolvidas na meditação mindfulness, algo relevante para aplicações terapêuticas no tratamento da dor e do vício.